É necessário regulamentar, fiscalizar e frear tratamentos que transformam o corpo humano em um playground químico do mau uso de hormônios. Imagine um cenário onde médicos prescrevem, vendem e farmácias de manipulação produzem “hormônios mágicos”, “chips da beleza”, fórmulas e soros para felicidade, amor, juventude, menopausa, libido, potência, músculos e emagrecimento. Imagine essas promessas circulando livremente em consultórios, na mídia e nas redes sociais, sem respaldo ético e científico e sem dados confiáveis de eficácia e segurança. Parece exagero? Pois bem, essa é a realidade no Brasil.
Existe apenas um implante hormonal devidamente aprovado no Brasil: o Implanon, um contraceptivo bem estudado e registrado. Hormônios em dosagens, combinações e vias de administração pouco estudadas e sem aprovação estão sendo produzidos, divulgados e comercializados em larga escala. Essas fórmulas combinam substâncias de forma aleatória em misturas perigosas, vendidas como se fossem a última palavra em saúde e bem-estar.
O país foi tomado por uma febre de modulação hormonal e implantes oferecidos como soluções milagrosas para tudo. Mas a verdade é que esse mercado tem pouco de milagre e muito de perigo. E quem paga o preço dessa aventura? O paciente, que, na ânsia de resultados rápidos, coloca sua saúde em risco.
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