Hoje, dia 18 de Outubro, dia do Médico, um colega endocrinologista (Dr. Bruno Halpern) postou os seguintes dizeres:”Um estudo publicado no Reino Unido nos traz um dado interessante: manter o mesmo médico ao longo da vida está associado a menor mortalidade. Isto mesmo: aquelas pessoas que elegem um médico de confiança tem menores complicações ao longo da vida do que aqueles que pulam de médico em médico. Razões são muitas: continuidade no tratamento, evitando repetir estratégias que já não deram certo no passado; menor risco de interações medicamentosas perigosas, maior chance de rastreamento de doenças por médicos de confiança; maior adesão do paciente por confiar no médico, menos confusão com mensagens contraditórias, e outras. Claro q nem sempre existe causa e efeito: alguns vão a vários médicos por ter um problema de saúde grave, que necessita mais especialistas. Mas de toda forma, a pesquisa é interessante e faz todo o sentido. É comum receber pacientes confusos no meio de vários exames e prescrições de médicos diferentes, sem saber o q seguir ou quem confiar! Essa ideia é válida para a obesidade cujo tratamento sofre com a descontinuidade. É comum trocar de médico e tratamento rapidamente quando a perda de peso diminui, procurando novos caminhos. Isso é péssimo, pois é a senha para um “efeito sanfona”, além de aumentar a chance de tratamentos repetidos, que não deram certo uma vez e não darão de novo.”O artigo que ele cita é esse: Gray, et al. Continuity of care with doctors – a matter of life and death? A systematic revire of continuity of care and mortality. BMJ Open 2018
Sendo assim, hoje parabenizo meus colegas, amigos e familiares. Mas acima de tudo, deixo um recado para você paciente: tenha um médico para chamar de “seu”. Um médico que você possa confiar, que você possa pedir orientações e que ele possa te dar coordenadas. Infelizmente esse tipo de médico, na atualidade não está fácil de ser encontrado, principalmente em decorrência das sub-especializações.
Mas há vários médicos bons (generalistas e especialistas), estudiosos e que exercem a Medicina com amor, seriedade, ética. O bom médico não será aquele que tem milhares de seguidores em redes sociais, que ostenta consultórios luxosos, que posta fotos mostrando o corpo definido. O bom médico será aquele que:
1º: Tem boa formação médica: sempre procure saber no site do Conselho Federal de Medicina se o sue médico é especialista e tem RQE na área que atua.
2º: Tem caráter e é transparente com o paciente.
3º: Jamais vende ilusões para o paciente: tratamentos milagrosos, terapias sem embasamento científico.
4º: Sabe a técnica mas mais do que isso, sabe ouvir e enxergar nas entrelinhas da fala do paciente. Ou seja, sabe acolher o paciente, analisar o que foi dito e só então tomar uma conduta.
5º: Gosta de Medicina.
6º: Sente-se recompensado com o agradecimento do paciente.
7º: Tem a sensação de dever cumprido quando vê o paciente melhorando.
E nesse 18 de Outubro só tenho a agradecer…
Agradecer pela oportunidade que trabalhar com algo que gosto.
Agradecer pela oportunidade de aprender com mestres e colegas, que assim como eu, gostam do que fazem.
Agradecer principalmente aos pacientes, pois sem vocês a gente não aprende. Medicina é teoria, mas o conhecimento só é validado quando posto à prova, ou seja, quando vamos para a prática. Não existe prática sem o paciente. Por isso, minha eterna gratidão a todos os pacientes que passaram pela minha vida. Com vocês que venho me tornando médico. Afinal, um médico nunca está 100% formado. O aprendizado é eterno. A gente começa na caminhada tendo que estudar muito e passa uma vida inteira tendo que estudar para atender a demanda. Para alguns, um esforço, para outros um prazer.
Brinco que apesar de ser de uma família com mais de 30 médicos, eu dei sorte. Dei sorte de amar o que faço.
Caí na Medicina de paraquedas. Queria trabalhar com fitoterapia e fazer Medicina na China. Meu pai (médico reumatologista) foi curto e grosso: vai ter que fazer antes Medicina! Assim o fiz e aí o poder da genética se manifestou rs. Eu vi que gostava de estudar aquilo.
Hoje tenho certeza que se tivesse feito Publicidade e propaganda, Letras, Psicologia seria bom profissional, mas não sei se amaria tanto, quanto amo Medicina.
Por último mas mais importante, agradeço a Deus por tudo.