Muito interessante a reportagem feita revista Questão de ciência. A má influência de digital influencers da “saúde” é um problema de saúde pública, que geram:
Um estímulo (promovem) a padrões de Beleza Irreais: Distorção da autoimagem: Influenciadores que editam fotos ou promovem corpos “perfeitos” podem levar a comparações prejudiciais, afetando a autoestima. Podendo favorecer transtornos alimentares: A glamorização de dietas extremas ou corpos muito magros pode desencadear ou agravar condições como anorexia e bulimia.
Desinformação sobre Saúde e Nutrição: Essa galera muitas vezes propagam dietas milagrosas e suplementos não comprovados. Ou seja, vários desses ditos influencers promovem produtos ou suplementos sem embasamento científico, levando a deficiências nutricionais ou problemas metabólicos. Seja por competição entre os nutrientes (exemplo Ferro/zinco, Cálcio/Ferro), excesso de vitaminas lipossolúveis. Lesão renal ou hepática por toxicidade de fitoterápicos ou até mesmo de vitaminas ou minerais. Além disso podem gerar uma “auto-medicalização” indevida: através de recomendações de remédios ou tratamentos sem prescrição médica, podendo gerar desde atraso diagnóstico até mesmo efeitos colaterais graves.
Estímulo a Comportamentos de Risco como por exemplo atividade física extenuante, favorecendo lesões articulares ou agravamento de transtornos psiquiátricos em indivíduos predispostos.
Impactos na Saúde Mental: vários estudos correlacionam aumento de transtornos psiquiatricos ao abuso de redes sociais. Ansiedade e depressão: A exposição constante a vidas “perfeitas” pode gerar frustração e sentimentos de inadequação. Há ainda a questão d ependência digital: O consumo excessivo de redes sociais está ligado a problemas como insônia, estresse e isolamento social. Para piorar a situação na esfera psiquiátrica, há uma banalização desses transtornos psiquiátricos, seja por autodiagnósticos equivocados, no qual esses desinfluenciadores discutem transtornos mentais de forma superficial podem levar a interpretações erradas e automedicação. Romantização de doenças: Alguns tratam depressão, ansiedade ou TDAH como “moda”, minimizando a gravidade dessas condições.
Comercialização da Saúde: produtos ineficazes ou fraudulentos: Muitos influencers lucram com a venda de detox, chás emagrecedores ou terapias alternativas sem comprovação, colocando a saúde em risco.
Para completar o combo: sobrecarga dos planos de saúde e/ou do SUS por solicitação de exames desnecessários, pq tal desinfluenciador disse que é essencial.
Vale a pena ler a reportagem
att
Dr. Frederico Lobo
A má influência dos ‘influencers’ em saúde
Não faz muito tempo, quem quisesse informações médicas sobre um assunto – e não quisesse consultar um especialista – tinha que mergulhar em uma vasta e complexa literatura científica, muitas vezes restrita a bibliotecas de escolas de medicina e outras instituições do tipo. O trabalho era tanto que mesmo profissionais de saúde usualmente recorriam aos chamados “vade-mécum” (nome derivado da expressão latina para “vem comigo” ou “vamos juntos”), verdadeiros compêndios, como uma lista de todos os tipos de remédios e seus usos.
O advento da internet, no entanto, trouxe todas estas informações para a ponta dos dedos, e os avanços nos mecanismos de busca facilitaram ainda mais o acesso. Vimos o surgimento do “Dr. Google”, e nos últimos anos, com a explosão das redes sociais, a ascensão dos “influencers” em saúde. Com isso, o que já era um problema – a falta de confiança na medicina e na ciência por trás dela; e a busca por tratamentos ditos “alternativos” – ganhou caráter de epidemia. Para qualquer lado que se olhe, especialmente online, tem alguém oferecendo uma solução para qualquer condição.
Câncer? Tome aqui a “cura”, seja na forma de bolinhas de açúcar (homeopatia), uma pílula milagrosa (fosfoetanolamina sintética, Krebiozen e tantas outras que surgiram ao longo da história), dietas radicais – com ou sem enemas de café (Terapia Gerson, alguém?) -, um misterioso “protocolo nazista” e mais um mundo de promessas vazias. Processo bem ilustrado na minissérie “Vinagre de Maçã” (Apple Cider Vinegar), em cartaz na Netflix.
Em seis capítulos, o programa conta a história de Annabelle “Belle” Gibson, australiana que ganhou fama dentro e fora da internet alegando tratar durante anos um câncer terminal no cérebro com uma combinação de dieta, exercícios, produtos “naturais” e terapias “alternativas”. Detalhe: Belle nunca teve câncer, e tudo não passava de uma grande fraude, que enganou milhões de pessoas, além de grandes empresas como a editora Penguin – que publicou um livro de receitas assinado por ela – e a Apple – que tinha em The Whole Pantry, aplicativo de Belle, um dos destaques de sua loja e planejava incluí-lo como um dos poucos softwares de terceiros pré-instalados para o lançamento de seu Apple Watch, em 2015.
Para ler a reportagem na íntegra acesse: https://revistaquestaodeciencia.com.br/index.php/artigo/2025/03/11/o-problema-da-ma-influencia-em-saude