Cada vez mais existem evidências que demonstram que nosso cérebro é extremamente sensível ao nosso estilo de vida, e padrões de alimentação ricos em ultraprocessados, carboidratos refinaria e gorduras saturadas, além do sedentarismo podem estar associado a um risco aumentado de demência (como o Alzheimer).
Assim, um grupo de pesquisadores criou uma dieta chamada MIND, que leva em consideração os padrões clássicos de duas dietas mais conhecidas, a Dieta do Mediterrâneo e a dieta DASH. De forma geral, o estímulo é a maior consumo de grãos, fibras (em frutas e verduras), carnes magras em geral, nozes/castanhas, e azeite como fonte principal de gordura (ao invés de gorduras saturadas).
Um grupo de voluntários idosos aceitou em fornecer seu cérebro para autópsia post-mortem, e assim pode ser avaliado diretamente alguns marcadores de demências, como o depósito de beta amiloide e proteína Tau no cérebro, entre outros. 581 cérebros, com morte ao redor dos 91 anos foram avaliados.
Correlacionando essas informações com um recordatório alimentar que esses indivíduos fizeram ao longo da vida (ajustado para outros hábitos, como exercício), os pesquisadores conseguiram concluir que houve uma relação clara entre seguir os preceitos dessa dieta tiveram uma patologia cerebral muito menos evidente do que os tinham hábitos considerados menos saudáveis.
O estudo segue sendo observacional, e mesmo com ajuste para outros fatores, não é possível excluir que outros hábitos comuns a essas pessoas sejam o real fator protetor, mas o estudo certamente reforça a ideia de que o cérebro é mais uma “vítima” do estilo de vida moderno, e estratégias de melhora de alimentação, exercício, e tratamento de doenças como obesidade e diabetes podem reduzir a chance de ele ficar doente!
Artigo: Agarwal. Association of Med-DASH intervention for NG delay and Med Diets with AD pathology. Neurology 2023
Autor: Dr. Bruno Halpern https://www.instagram.com/p/C6Zk3JPO_sM/?utm_source=ig_web_copy_link