As vezes meus amigos ou pacientes me contam que compraram ômega 3, pois fulano disse que é ótimo pra isso ou aquilo. Parece que virou uma panáceia,
Sim, ômega 3 é ótimo, quando bem indicado. Evidência robusta é apenas para aumento de triglicérides. Por isso ele deve ser prescrito por um médico ou nutricionista e nunca por auto-suplementação.
Na maioria das vezes você gastará dinheiro à toa e comprando óleos de péssima procedência. Além disso há interações medicamentosas do ômega 3, aumentando risco de sangramento.
São inúmeras as variáveis que interferem na qualidade do óleo, portanto, abaixo cito algumas dessas variáveis, que 99,9% da população leiga desconhece e que pelo menos todos os prescritores de ômega 3 deveriam ter obrigação de saber.
1º – Observe o conteúdo de EPA e DHA por cápsula. Os melhores possuem no rótulo a descriçãoda quantidade de EPA e DHA. Somente o “Ômega 3 farmacológico” é capaz de reduzir os triglicérides e o que alguns médicos chamam de Inflamação Silenciosa. Sua pureza e concentração tornam possível o uso de “altas doses” indicadas em certas doenças, sem o risco de efeitos colaterais como acontece com produtos similares. Existem muitos Ômega 3 disponíveis no mercado que não atingem a concentração de EPA e DHA, sendo assim muitas vezes não correspondem aos critérios de qualidade e eficácia que se espera. Um bom ômega 3 fornecerá pelo menos 500mg de EPA + DHA por cápsula de 1 grama.
2º – Cheque a proporção de EPA e Ácido Araquidônico (ômega 6). Metade do valor da cápsula precisa ser de ômega 3 e não de Ômega 6 ou gordura saturada.
3º – Identifique a estrutura do óleo (éster etílico ou triglicerídeos), no rótulo deverá falar qual a forma de ômega 3 ali contido.
4º – Verifique se é isento de contaminantes ambientais: PCBs, mercúrio e dioxinas (geralmenteos bons produtos informam isso de forma bem destacada na embalagem):
5º – Verifique se é extraído por destilação biomolecular ou ultra-filtrado: o que garante isenção depoluentes ambientais.
6º – Verifique se ele é considerado “Enteric Coated”. Os assim denominados tem melhor absorção e dãomenos gosto de peixe na boca após o consumo.
7º – Os óleos mais baratos na maioria das vezes não atendem a esses pré-requisitos. Porém, o barato sai caro. Uma das coisas mais importantes é que você calcule o preço em relação à concentração de EPA e DHA. O que você deveria estar pagando é pelo EPA e DHA. Os óleos de peixe mais baratos têm baixas concentrações de EPA e DHA, e por isso, você pode na verdade estar pagando mais caro por um produto sem qualidade.
8º – Ômega 3 que de boa qualidade sempre terá Vitamina E na cápsula, pra agir como antioxidante.
9º – 60 doses de um bom ômega 3 (no Brasil) não sai por menos de 50 reais. Desconfie se encontrar mais barato.
10º Bons ômegas 3 possuem o selo IFOS.
Portanto fica a dica: não use ômega 3 sem supervisão de médico ou nutricionista. Você (e seu bolso) podem se dar mal, afinal, ele não é isento de efeito colateral.
Fontes:
Recentemente fiz uma pesquisa e pedi auxílio de alguns colegas nutrólogos e farmacêuticos para criarmos uma tabela com as principais marcas nacionais.